segunda-feira, 28 de maio de 2012




Os fatos reais que você lerá abaixo (se assim quiser) sobre os camponeses chineses que se converteram ao cristianismo, é uma daquelas histórias que escancaram ao mundo o quanto certas igrejas ditas “evangélicas” no Brasil estão distantes de Cristo ao pregarem um “evangelho” deturpado que só vê sentido na riqueza e na prosperidade.

No blog Hao Hao Report, uma pessoa que se identifica como Tom conta a sua experiência com camponeses chineses que se converteram a Cristo. Com o perdão do mau trocadilho, não é de bom tom dar o nome real quando se trata de ser cristão na China, já que a perseguição oficial é feroz.

Tom relata que visitou uma igreja humilde numa pequena vila da distante zona rural chinesa, em que os habitantes lhe contaram como suas vidas mudaram ao se converterem a Cristo.

Uma senhora disse que, antes de se tornarem cristãos, a vila era bastante conhecida na região por viverem brigando com seus vizinhos, desde o nascer até o por do sol. Os forasteiros se assustavam de já poder ouvir de longe as discussões quando se dirigiam à vila.

“Nós éramos terríveis naquela época”, complementa o testemunho. A congregação, um tanto quanto envergonhada, assentiu com a cabeça ao relato da irmã em Cristo. Mais tarde, alguém contou a Tom – mal podendo conter o riso - que aquela senhora era uma das mais briguentas do povoado.

Tudo começou a mudar quando uma das atuais irmãs conheceu um pastor chinês do vilarejo vizinho e se converteu. A partir daí, os seus vizinhos viram como ela estava feliz e quiseram se converter a Cristo também.

O resultado foi que hoje quase todos os habitantes da vila são cristãos, e nunca mais houve briga entre eles, tendo inclusive recebido um prêmio do governo local por viverem e trabalharem num lugar tão harmonioso.

Entretanto, há outras mudanças que lembram uma comédia pastelão de mau gosto. Pelo fato de viverem numa montanha alta e íngreme, não havia estrada para transitar, e eles desciam os caixões com seus defuntos por uma corda, o que provocava, de vez em quando, que os caixões se abrissem e os corpos rolassem precipício abaixo, o que era sinal de profunda má sorte para a família.

Hoje, eles não fazem mais este tipo de gambiarra macabra nos funerais, principalmente porque desde que se converteram, sentiram a necessidade premente de se facilitar o acesso dos moradores às suas reuniões cristãs.

Naquela época, levava algo em torno de 6 horas para que os irmãos e as visitas chegassem à pequena capela que os congregava. Era muito difícil e perigoso chegar lá.

Foi aí que Tom entrou na história, ao saber da situação e contatar uma organização cristã para ajudar a solucionar o problema. Essa organização firmou parceria com o governo local para financiar a construção da estrada, mas seria necessária a participação dos moradores num mutirão para baratear os custos do projeto.

Ainda que naquele começo de vida cristã, eles ainda tivessem um resquício de brigas e discussões que – entretanto - não mais minavam a solidariedade, o fato de terem que trabalhar pesado na lavoura de sol a sol os impedia de trabalhar no mutirão, até que uma mulher com apenas um braço pegou um balde e começou a trabalhar na estrada.

Quando os outros moradores viram que uma senhora deficiente física queria trabalhar, não tiveram mais desculpas para se negar ao mutirão. Nesse ponto, a emoção coletiva leva tanto a mulher como a congregação a chorar enquanto relatam a Tom o que aconteceu.

A estrada, obviamente, não ajudou somente as pessoas a irem à igreja, mas lhes permitiu o acesso a produtos como alimentos e remédios, além de poderem escoar sua produção de maneira mais rápida e barata, o que eles entenderam como bênçãos de Deus à vila recém-convertida.

Como a imensa maioria dos habitantes do povoado é composta de analfabetos, fica difícil para eles entenderem o evangelho e os ensinos bíblicos, mas uma das irmãs da igreja, por exemplo, tratou de pedir ao seu marido que ele lesse a Bíblia a fim de que ela pudesse memorizar a maioria dos textos importantes.

O marido de outra irmã se esforçou ainda mais para que ela aprendesse a ler. Toda noite ele copiava um versículo em ideogramas chineses bem grandes para que, enquanto ela lavrasse a terra no dia seguinte, pudesse aprender a ler o cartaz com o verso, ideograma por ideograma, pregado nas costas do boi que estava puxando o arado. Hoje ela é uma das líderes da igreja.

Desta forma, ainda que a maioria dos irmãos não saiba ler até hoje, todos eles podem ter acesso à Bíblia de uma maneira ou outra, além de passarem um tempo extra aprendendo os hinos do dia antes de cada culto.

Já que vivem relativamente isolados, os lavradores cristãos chineses tiveram poucos problemas com o governo comunista. Certa vez, por exemplo, um deles escreveu cartazes contra a vinda de prostitutas ao lugarejo, e alguém denunciou à polícia comunista que ele estava promovendo agitação contra o governo.

Ao ser procurado pelos policiais, entretanto, o irmão percebeu rapidamente que estava sendo vítima da fofoca de alguém que não gostava dele pelo fato dele ser cristão, e que a polícia oficial nem sabia o que estava escrito nos cartazes.

Ao contar a eles o que exatamente dizia cada cartaz, os policiais ficaram envergonhados por terem sido pegos numa denúncia falsa, e lhe asseguraram que não iam mais molestá-lo.

Esta é a maneira simples na qual vive uma comunidade cristã na zona rural chinesa, buscando o bem coletivo, muito diferente de gente do outro lado do planeta que vive “tomando posse” e “determinando” coisas atrás de dinheiro para satisfação única e exclusiva do seu ego, e há muito tempo, infelizmente, não sabe o que é botar a mão no arado para Jesus (Lucas 9:60).